Secretaria Municipal da Saúde
Saúde reconhece trabalho de serviços pela queda de índices relacionados à sífilis
Neste Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, 18 de outubro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) destaca o trabalho de unidades de saúde da rede no trabalho de enfrentamento à doença. Elas foram reconhecidas nesta sexta-feira (17) com o Selo de Boas Práticas no Enfrentamento da Sífilis Congênita, entregue a 20 Supervisões Técnicas de Saúde (STSs), 2 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) e 24 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com experiências exitosas na redução dos índices de crianças nascidas com a doença na cidade.
Receberam o Selo Bronze as unidades que registraram menor ou igual a 7,5 casos por mil nascidos vivos, enquanto o Selo Prata foi para as que registraram 5 ou menos casos por mil nascidos vivos, e o Selo Ouro, menor ou igual a 2,5 casos por mil nascidos vivos. Já o reconhecimento das UBSs abrange três categorias: uso de teste rápido de sífilis na 32ª semana de gestação, maior proporção de gestantes com tratamento das parcerias sexuais e menores taxas de transmissão vertical.
A preocupação se justifica: A sífilis é hoje uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) que mais crescem no mundo e representa um grave risco à vida de recém-nascidos, quando transmitida de mãe para filho durante a gestação ou no parto, podendo causar aborto, morte fetal, parto prematuro ou óbito neonatal e ainda sequelas auditivas, ósseas e neurológicas no bebê.
Dados
No Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis, publicado pelo Ministério da Saúde, em 2023, foram registrados no Brasil 242.826 casos de sífilis adquirida, resultando em uma taxa de detecção de 113,8 casos por 100.000 habitantes e 86.111 casos de sífilis em gestantes (34 casos por 1.000 nascidos vivos). No caso da sífilis congênita, foram 25.002 casos notificados (9,9 casos por 1.000 nascidos vivos), o que faz com que faz com que esta infecção sexualmente transmissível permaneça como um desafio importante no país.
Na cidade de São Paulo, segundo o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025, publicado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da SMS, foram registrados 724 casos de sífilis congênita em 2024, o menor valor total de casos nos últimos 11 anos. A taxa de incidência de sífilis congênita foi reduzida em 15% de 2022 para 2023 e em 4,7% de 2023 para 2024, queda que no ano passado colocou o município como a quarta capital brasileira com a menor taxa de incidência de sífilis congênita do Brasil.
Para evitar a sífilis congênita, é importante fazer prevenção, diagnóstico e tratamento precoce da sífilis adquirida e na gestação. Em relação à sífilis adquirida, de 2014 até 30 de junho de 2025 foram notificados 203.475 casos, sendo que a taxa de detecção 100.000 habitantes foi de 259,5 em 2024, 2,4 vezes maior na comparação com 2014. E os casos notificados em gestantes passaram de 2.710 em 2014 para 8.627 em 2024. Com uma taxa de detecção de 15,4 casos em 2014 em comparação a 71,4 por 1.000 nascidos vivos em 2024, um aumento de 4,6 vezes.
Sobre a doença
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que tem cura, mas se não for diagnosticada e tratada pode causar complicações conforme a sua evolução e manifestações clínicas.
A transmissão ocorre por meio de relação sexual desprotegida (sífilis adquirida) ou da pessoa gestante para o filho durante a gestação ou o parto (sífilis congênita). Dessa forma, é fundamental o uso da camisinha externa ou interna durante o sexo, sendo esta a única forma de evitar a infecção pelo contato sexual.
Para alertar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento, o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado anualmente no terceiro sábado de outubro, reforça as medidas de prevenção, vigilância e controle dessa IST.
Em 2021, o município de São Paulo desenvolveu o Plano Municipal de Enfrentamento à Sífilis Congênita, que prevê ações preventivas, de atenção e tratamento para gestantes e toda a população sexualmente ativa, e tem como objetivo reduzir em 5% ao ano o Coeficiente de Incidência da sífilis congênita ao ano.
A sífilis não confere imunidade, a pessoa exposta pode se infectar novamente se tiver nova exposição.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da infecção. Na fase primária, ocorre o surgimento de ferida no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele, entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa ferida não causa dor, coceira, ardência ou aparecimento de pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. A ferida desaparece, independentemente de tratamento.
Na sífilis secundária, os sinais aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial (cancro duro). Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Também podem ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura.
A terciária pode surgir entre um e 40 anos após o início da infecção e costuma apresentar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque os sinais/sintomas podem aparecer e desaparecer e a doença continua em fase latente no organismo. A fase assintomática é chamada de sífilis latente, sem sintomas ou sinais, dividida em recente (até um ano de infecção) e a tardia (mais de um ano de infecção).
Prevenção e tratamento
As melhores formas de combater a sífilis envolvem prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Aqui estão os principais pontos, de acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. A prevenção envolve o uso de preservativos (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais, educação em saúde para ampliar o conhecimento sobre formas de transmissão e prevenção e testagem regular de ISTs, especialmente em pessoas sexualmente ativas e gestantes.
Já o tratamento da sífilis, realizado com acompanhamento de profissional de saúde (médico ou enfermeiro), é feito com o antibiótico Penicilina Benzatina, conhecido popularmente como Benzetacil, que pode ser encontrado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). É importante ressaltar que deve ser estendido também para os parceiros sexuais.
Em caso de gestantes, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado imediatamente com um teste positivo, sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. Além disso, o Ministério da Saúde atualizou a recomendação quanto ao intervalo de dias aceitável entre as doses de penicilina para o tratamento de sífilis desse público.
O recomendado é que as doses sejam aplicadas a cada sete dias, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais de 2022. Caso alguma dose seja perdida ou o intervalo entre elas ultrapasse os nove dias, o tratamento deve ser reiniciado.
Como fazer a testagem na capital
Pacientes com suspeita de sífilis ou que tenham tido relações sexuais sem proteção podem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para passar por consulta e realizar os exames necessários.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde disponibiliza gratuitamente testes convencionais, testes rápidos e até autotestes para sífilis e outras ISTs, como HIV/Aids, hepatites B e C.
- Testes convencionais: os testes estão disponíveis nas 479 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital, além dos 28 serviços da Rede Municipal Especializada (RME) em IST/Aids. As UBS e unidades das RME também realizam o diagnóstico e tratamento de outras ISTs.
- Testes rápidos: na unidade móvel CTA da Cidade, projeto da Coordenadoria de IST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), é possível fazer testagem rápida gratuita para HIV, sífilis, hepatites B e C, e iniciar o uso da profilaxia pré-exposição ou pós-exposição (PrEP/PEP) ao HIV. O CTA da Cidade é itinerante, deslocando-se a regiões de maior vulnerabilidade na cidade nas sextas-feiras e sábados.
Veja as CRSs, STSs e UBSs reconhecidas com o Selo de Boas Práticas no Enfrentamento da Sífilis Congênita:
UBSs Categoria 1 – Menores taxas de transmissão vertical
UBS Nascer do Sol
UBS Thersio Ventura
UBS Jardim da Conquista II
UBS Jardim Vista Alegre
UBS Jardim Ipanema
UBS Parque Novo Mundo II
UBS Belenzinho
UBS Paraisópolis
UBS/AMA Jardim Castro Alves
UBSs Categoria 2 - Maior proporção de gestantes com tratamento das parcerias sexuais
UBS Jardim Soares
UBS Jardim Apuanã
AMA/UBS Vila Nova Jaguaré
UBS Vila Prudente
UBS Sacomã
UBS Antônio Estevão de Carvalho
UBS Vargem Grande
UBSs Categoria 3 - Uso de teste rápido de sífilis na 32ª semana de gestação
UBS Sé
UBS Santa Rita
UBS Santa Luzia
UBS Carlos Gentile de Melo
AMA/UBS Jardim Brasília
AMA/UBS Jardim Santo André
UBS Jardim da Saúde – Neusa Rosália Morales
AMA/UBS Jardim Miriam
STS – Selo Bronze
Butantã
Campo Limpo
Cidade Tiradentes
Freguesia do Ó/Brasilândia
Guainases
Ipiranga
Itaquera
M’Boi Mirim
Perus
São Mateus
Vila Mariana/Jabaquara
Vila Prudente/Sapopemba
STS – Selo Prata
Capela do Socorro
Ermelino Matarazzo
Mooca/Aricanduva
Parelheiros
Penha
Pirituba
São Miguel Paulista
STS – Selo Ouro
Lapa/Pinheiros
CRS – Selo Bronze
Oeste
Sudente
Veja o boletim epidemiológico de sífilis elaborado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde.
Veja os endereços dos equipamentos voltados a IST/Aids na rede municipal.
A localização das UBS e demais equipamentos de saúde pode ser consultada na plataforma Busca Saúde.
Confira a agenda dos serviços nas redes sociais da Coordenadoria de IST/Aids.
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