Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 8 de Agosto de 2025 | Horário: 11:00
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Alimentação e estilo de vida saudáveis evitam riscos do colesterol elevado

Em desequilíbrio no organismo, a gordura presente no sangue torna-se um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares
A imagem mostra um grupo de pessoas idosas reunidas em uma sala bem iluminada, provavelmente participando de uma atividade coletiva. Todos estão sentados ou em pé ao redor de uma mesa decorada com itens natalinos e seguram um livreto intitulado “Panela Velha – Com sabor e afeto”. O clima é de celebração e alegria, com sorrisos nos rostos.  Ao fundo, há janelas com grades e enfeites de Natal pendurados, como bolas e festões, reforçando o tom festivo da ocasião. No centro da imagem, está uma mulher de jaleco branco, possivelmente uma profissional da saúde ou coordenadora da atividade.  O cenário sugere um espaço comunitário ou de convivência, voltado para o público idoso, como um centro de saúde, centro de referência do idoso ou projeto social, onde são promovidas ações de valorização, saúde e bem-estar. O livreto parece ser parte de uma atividade educativa ou cultural, possivelmente relacionada à alimentação, memória afetiva e vínculos sociais.

Idosos acompanhados pela Ursi Cidade Ademar seguram o livro elaborado com a nutricionista Mariana Bongiorno de Carvalho (Acervo/SMS)

Os hábitos alimentares adequados e o estilo de vida saudável contribuem para a manutenção das taxas de colesterol equilibradas no corpo. No Dia Nacional de Controle do Colesterol (8 de agosto), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alerta para a importância do diagnóstico precoce desta doença silenciosa, hipercolesterolemia, popularmente conhecida como colesterol alto, a fim de reduzir o risco cardiovascular.

A hipercolesterolemia pode ser detectada por exames de rotina. A manifestação de sintomas não é comum, ocorrendo em quadros mais avançados e de acordo com o local em que ocorre o estreitamento das artérias por formação de placas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 40% da população adulta no Brasil e cerca de 20% de crianças e adolescentes têm esses índices elevados.

O colesterol é um tipo de gordura do nosso organismo, fundamental para desempenhar funções importantes, como produzir vitamina D, testosterona, estrógeno e cortisol. Por circular na corrente sanguínea, está presente no coração, cérebro, fígado, intestinos, músculos, nervos e pele. Ele circula no sangue ligado a partículas chamadas lipoproteínas, e pode ser de três tipos: HDL, considerado “colesterol bom”; o LDL, “colesterol ruim”; e o VLDL, que é um tipo de colesterol que transporta mais triglicérides (outro tipo de gordura presente no sangue). Cada grupo isoladamente contribui para a redução ou aumento dos índices de colesterol total.

Como a maior parte do colesterol é produzida pelo fígado e o restante adquirido pela alimentação, a atividade física, o controle de peso, o não tabagismo e a ingestão de alimentos in natura são importantes estratégias para não desequilibrar esses níveis. Quando isso ocorre, o colesterol elevado torna-se um fator de risco para o desenvolvimento da doença aterosclerótica (acúmulo de placas de colesterol nas paredes das artérias, o que causa obstrução do fluxo sanguíneo) e contribui para o aumento da incidência de acidente vascular cerebral (AVC) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).

Como evitar o colesterol elevado

Alimentar-se adequadamente impacta no controle dos níveis LDL e HDL, mas também há outros fatores de risco que contribuem direta ou indiretamente para esta situação, como: histórico familiar, obesidade, pressão alta, diabetes e tabagismo. Evitar o sedentarismo, bebidas alcoólicas e não fumar devem ser medidas adotadas para não ter complicações por causa do colesterol alto. Para a hipercolesterolemia o tratamento precoce na adolescência reduz drasticamente o infarto do miocárdio prematuro e a morte

Além disso, para controlar as taxas elevadas de gordura no sangue, o ideal é evitar alimentos ultraprocessados como embutidos (salsicha, salame, mortadela e linguiça), biscoitos doces e salgados, sucos em pó, refrigerantes, temperos prontos, salgadinhos, macarrão e sopas instantâneos. Prefira sempre a comida caseira e natural, e, ao cozinhar, utilize pequenas quantidades de óleo, sal e açúcar, dando preferência aos pratos cozidos, grelhados ou assados.

Outro fator de prevenção e pilar do tratamento da dislipidemia é a atividade física. As recomendações para a prática de atividade física são:

◦ Frequência: 3 a 6 vezes por semana.

◦ Duração: Em média, 150 minutos por semana de exercícios.

◦ Intensidade: Leves a moderados.

◦ Tipos de Atividades: Atividades aeróbicas, exercícios contra resistência e de flexibilidade estão indicados.

Tratamento

Na rede municipal, a porta de entrada para uma avaliação geral das condições de saúde são as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após passar pela avaliação do clínico geral e fazer exames, caso a pessoa seja diagnosticada com o colesterol alto, o controle pode ser feito pela mudança no seu estilo de vida e também com medicamentos, conforme o caso.

Na Relação Municipal de Medicamentos (Remume) de São Paulo, a sinvastatina é o medicamento padronizado para o tratamento do controle do colesterol. Nos últimos quatro anos, foram dispensadas 389.271.108 unidades do medicamento nas farmácias da rede municipal de São Paulo, de acordo com a Área Técnica de Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Outras alternativas terapêuticas podem ser encontradas nas farmácias estaduais, do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.

Mais velhos, mais saudáveis

A Unidade de Referência à Saúde do Idoso (Ursi) Cidade Ademar, unidade de caráter ambulatorial ligada à Rede de Atenção à Pessoa Idosa (Raspi), acompanha, atualmente, 296 pacientes.

De acordo com a nutricionista Mariana Bongiorno de Carvalho, que atua há 10 anos no serviço, a maioria dos idosos mais longevos da unidade, que têm entre 80 e 90 anos, estão com a funcionalidade mais preservada do que os da faixa etária entre 60 e 70 anos. O motivo, segundo a profissional, é a alta prevalência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) nos idosos mais jovens.

Mariana lembra que o LDL alto é um fator de risco para AVC. Nos últimos dois meses, ela refere que metade dos pacientes que chegaram à Ursi possuíam diagnóstico de dislipidemia, com alteração nos níveis de colesterol, em especial os homens.

Como estratégia para equilibrar o colesterol, dependendo do estado clínico e nutricional dos pacientes, a especialista recomenda dar preferência ao consumo de gorduras mono e poliinsaturadas, presentes em alimentos naturais como abacate, castanhas, nozes, peixes e azeite de oliva), além das sementes oleoginosas e fibras contidas nas verduras, frutas, arroz integral, feijões, aveia, chia e linhaça. Já as gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos ricos em gordura animal e ultraprocessados, devem ser evitadas.

Em 2024, a nutricionista organizou o livro “Panela velha” com receitas que foram trazidas pelos idosos da Ursi Cidade Ademar, com o objetivo de resgatar a memória afetiva deles.

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