Secretaria Municipal da Saúde
Alimentação e estilo de vida saudáveis evitam riscos do colesterol elevado

Idosos acompanhados pela Ursi Cidade Ademar seguram o livro elaborado com a nutricionista Mariana Bongiorno de Carvalho (Acervo/SMS)
Os hábitos alimentares adequados e o estilo de vida saudável contribuem para a manutenção das taxas de colesterol equilibradas no corpo. No Dia Nacional de Controle do Colesterol (8 de agosto), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alerta para a importância do diagnóstico precoce desta doença silenciosa, hipercolesterolemia, popularmente conhecida como colesterol alto, a fim de reduzir o risco cardiovascular.
A hipercolesterolemia pode ser detectada por exames de rotina. A manifestação de sintomas não é comum, ocorrendo em quadros mais avançados e de acordo com o local em que ocorre o estreitamento das artérias por formação de placas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 40% da população adulta no Brasil e cerca de 20% de crianças e adolescentes têm esses índices elevados.
O colesterol é um tipo de gordura do nosso organismo, fundamental para desempenhar funções importantes, como produzir vitamina D, testosterona, estrógeno e cortisol. Por circular na corrente sanguínea, está presente no coração, cérebro, fígado, intestinos, músculos, nervos e pele. Ele circula no sangue ligado a partículas chamadas lipoproteínas, e pode ser de três tipos: HDL, considerado “colesterol bom”; o LDL, “colesterol ruim”; e o VLDL, que é um tipo de colesterol que transporta mais triglicérides (outro tipo de gordura presente no sangue). Cada grupo isoladamente contribui para a redução ou aumento dos índices de colesterol total.
Como a maior parte do colesterol é produzida pelo fígado e o restante adquirido pela alimentação, a atividade física, o controle de peso, o não tabagismo e a ingestão de alimentos in natura são importantes estratégias para não desequilibrar esses níveis. Quando isso ocorre, o colesterol elevado torna-se um fator de risco para o desenvolvimento da doença aterosclerótica (acúmulo de placas de colesterol nas paredes das artérias, o que causa obstrução do fluxo sanguíneo) e contribui para o aumento da incidência de acidente vascular cerebral (AVC) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Como evitar o colesterol elevado
Alimentar-se adequadamente impacta no controle dos níveis LDL e HDL, mas também há outros fatores de risco que contribuem direta ou indiretamente para esta situação, como: histórico familiar, obesidade, pressão alta, diabetes e tabagismo. Evitar o sedentarismo, bebidas alcoólicas e não fumar devem ser medidas adotadas para não ter complicações por causa do colesterol alto. Para a hipercolesterolemia o tratamento precoce na adolescência reduz drasticamente o infarto do miocárdio prematuro e a morte
Além disso, para controlar as taxas elevadas de gordura no sangue, o ideal é evitar alimentos ultraprocessados como embutidos (salsicha, salame, mortadela e linguiça), biscoitos doces e salgados, sucos em pó, refrigerantes, temperos prontos, salgadinhos, macarrão e sopas instantâneos. Prefira sempre a comida caseira e natural, e, ao cozinhar, utilize pequenas quantidades de óleo, sal e açúcar, dando preferência aos pratos cozidos, grelhados ou assados.
Outro fator de prevenção e pilar do tratamento da dislipidemia é a atividade física. As recomendações para a prática de atividade física são:
◦ Frequência: 3 a 6 vezes por semana.
◦ Duração: Em média, 150 minutos por semana de exercícios.
◦ Intensidade: Leves a moderados.
◦ Tipos de Atividades: Atividades aeróbicas, exercícios contra resistência e de flexibilidade estão indicados.
Tratamento
Na rede municipal, a porta de entrada para uma avaliação geral das condições de saúde são as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após passar pela avaliação do clínico geral e fazer exames, caso a pessoa seja diagnosticada com o colesterol alto, o controle pode ser feito pela mudança no seu estilo de vida e também com medicamentos, conforme o caso.
Na Relação Municipal de Medicamentos (Remume) de São Paulo, a sinvastatina é o medicamento padronizado para o tratamento do controle do colesterol. Nos últimos quatro anos, foram dispensadas 389.271.108 unidades do medicamento nas farmácias da rede municipal de São Paulo, de acordo com a Área Técnica de Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Outras alternativas terapêuticas podem ser encontradas nas farmácias estaduais, do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
Mais velhos, mais saudáveis
A Unidade de Referência à Saúde do Idoso (Ursi) Cidade Ademar, unidade de caráter ambulatorial ligada à Rede de Atenção à Pessoa Idosa (Raspi), acompanha, atualmente, 296 pacientes.
De acordo com a nutricionista Mariana Bongiorno de Carvalho, que atua há 10 anos no serviço, a maioria dos idosos mais longevos da unidade, que têm entre 80 e 90 anos, estão com a funcionalidade mais preservada do que os da faixa etária entre 60 e 70 anos. O motivo, segundo a profissional, é a alta prevalência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) nos idosos mais jovens.
Mariana lembra que o LDL alto é um fator de risco para AVC. Nos últimos dois meses, ela refere que metade dos pacientes que chegaram à Ursi possuíam diagnóstico de dislipidemia, com alteração nos níveis de colesterol, em especial os homens.
Como estratégia para equilibrar o colesterol, dependendo do estado clínico e nutricional dos pacientes, a especialista recomenda dar preferência ao consumo de gorduras mono e poliinsaturadas, presentes em alimentos naturais como abacate, castanhas, nozes, peixes e azeite de oliva), além das sementes oleoginosas e fibras contidas nas verduras, frutas, arroz integral, feijões, aveia, chia e linhaça. Já as gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos ricos em gordura animal e ultraprocessados, devem ser evitadas.
Em 2024, a nutricionista organizou o livro “Panela velha” com receitas que foram trazidas pelos idosos da Ursi Cidade Ademar, com o objetivo de resgatar a memória afetiva deles.
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